Como o Neurofeedback explica o TDAH e os vários padrões cerebrais?
- Henrique Dias Psi

- 9 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 17 de jul.
Você já deve ter se questionado sobre como pessoas que têm dificuldade para se concentrar enquanto outras parecem estar sempre ligadas no 220, podem receber o mesmo diagnóstico de TDAH?
A resposta está nas ondas cerebrais!
É importante entender que não existe uma única forma de apresentar esse transtorno e nem toda pessoa com diagnóstico de TDAH terá necessariamente esses padrões específicos de ondas cerebrais, e nem todos que apresentam esses padrões terão TDAH.
O nosso cérebro é único e complexo.
O que é TDAH?
Segundo o manual diagnóstico (DSM-5), ele engloba tanto pessoas com dificuldade em se concentrar, quanto o superagitado ou o que viaja em seus pensamentos.
Os sintomas incluem desde dificuldade em prestar atenção aos detalhes, não conseguir terminar tarefas e parecer não escutar quando alguém fala, até remexer constantemente mãos e pés, levantar-se em momentos inadequados e falar demais.
Parece contraditório, mas a neurociência explica.
Entenda as ondas do nosso cérebro
Nosso cérebro produz diferentes tipos de ondas que variam em frequência. São elas:
Ondas Delta (0,1 a 4 Hz): As mais lentas, relacionadas ao inconsciente e ao sono profundo.
Ondas Teta (4 a 7 Hz): Ligadas ao subconsciente, criatividade e pensamento interno rico em imagens.
Ondas Alfa (8 a 15 Hz): Funcionam como uma ponte entre o inconsciente e o consciente, são a "consciência pura".
Ondas Beta (15 a 38 Hz): Responsáveis pelo processamento lógico e conexão com o mundo externo.
Ondas Gama (38 a 40+ Hz): Integram todas as funções cerebrais.
Os três padrões do TDAH e as correlações com as ondas
1. O Desatento: Excesso de Ondas Teta
Quando as ondas Teta estão muito intensas em relação às Beta, a pessoa fica predominantemente voltada para dentro. É como se ela estivesse constantemente em um filme interno, rico em imagens e criatividade, mas desconectada do mundo externo.
O sintoma: Aquela pessoa que "vive no mundo da lua", tem dificuldade para prestar atenção em aulas, não consegue se concentrar em tarefas práticas e parece sempre perdida em pensamentos. É a desatenção clássica do TDAH.
2. O Hiperativo-Impulsivo: Excesso de Ondas Beta
No extremo oposto, quando as ondas Beta predominam sobre as Teta, o cérebro fica constantemente processando informações do ambiente externo, sem conseguir filtrar o que é importante.
O sintoma: Uma pessoa que não consegue "desligar", é facilmente distraída por qualquer ruído, tem dificuldade no controle corporal e sente uma agitação constante. É como ter um rádio sintonizado em todas as estações ao mesmo tempo.
3. O Combinado: Falta de Ondas Alfa
Excesso tanto de ondas lentas quanto rápidas, mas falta das ondas médias (Alfa). Sem essa "ponte" entre o interno e o externo, a pessoa experimenta o pior dos dois mundos.
O sintoma: Dificuldade extrema de aprendizagem, pois não consegue integrar informações externas com o processamento interno.
O Neurofeedback: Treinando o Cérebro
Diferente dos tratamentos tradicionais que focam apenas nos sintomas, o Neurofeedback trabalha diretamente com os padrões cerebrais identificados através de um mapeamento específico.
Essa técnica permite à pessoa aprender a regular as suas ondas cerebrais oferecendo uma abordagem personalizada, focando nos padrões cerebrais individuais de cada pessoa, não simplesmente no rótulo diagnóstico.
É uma ferramenta poderosa para quem busca compreender melhor o funcionamento do próprio cérebro e otimizar seu desempenho.
Se você se identificou com algum desses padrões, lembre-se: o seu cérebro é extraordinariamente adaptável!
Com as técnicas adequadas, é possível treinar e otimizar seu funcionamento, conquistando mais equilíbrio e qualidade de vida.
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